Em parceria com a Unimontes e a UFMG, o objetivo é reflorestar mais de 85 hectares de mata nativa, além de proteger mananciais hídricos, controlar erosão do solo e monitorar fauna e flora local.
Por: Comunicação Fadenor
A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior do Norte de Minas – FADENOR, em parceria com pesquisadores e estudantes da Unimontes e UFMG, vem desde 2020 desenvolvendo um trabalho de recuperação de área degrada dentro do Parque Estadual Caminhos dos Gerais, que fica situado na Serra Geral, entre os municípios de Gameleira, Mamonas, Mato Verde, Monte Azul e Espinosa.
A iniciativa, denominada como Projeto Sendas, é coordenado pelo agrónomo e professor da Unimontes Luiz Henrique Arimura Figueiredo e está englobado dentro do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre) do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e prevê a recuperação de 75 hectares de mata nativa, 10 hectares de mata ciliar e 0,4 hectares de uma área de empréstimo, depredadas principalmente pelo plantio de eucalipto ou para produção de carvão. O projeto ainda contempla, como forma de recuperar os mananciais hídricos e frear a degradação dos solos, construir cerca de 40 barraginhas e levantar 60 paliçadas para conter 5 voçorocas. Além disso, o projeto produziu um plano de recuperação de todo o parque e ainda irá realizar trabalhos de monitoramento e pesquisa da flora, fauna e solo do local.
O Sendas foi orçado em R$ 2.707.871,96, sendo R$1.449.610,96 como aporte financeiro do FUNBIO e R$ 1.258.261,00 como contrapartida das instituições que compõem a execução do projeto, e vai agora entrar no segundo ano de execução. O primeiro ano contemplou um exaustivo trabalho de mapeamento da área, o estudo das espécies a plantar, a produção das mudas e o plantio de uma primeira área com cerca de 44,4 hectares, totalizando mais de 14.000 mudas. Embora a meta para o primeiro ano ser do plantio de 19.000 mudas, a pandemia, com o isolamento social e encerramento do parque, condicionaram o trabalho. Porém, a estratégia montada por toda a equipe do projeto, atendendo todos os decretos e protocolos locais e estaduais, conseguiu montar uma estratégia que evitasse maiores atrasos nos trabalhos. O plantio das mudas foi realizado por 18 trabalhadores rurais, moradores do entorno do parque, contratados para o efeito.
O segundo ano do projeto, que se inicia agora, prevê a construção das barraginhas e das paliçadas, a produção das mudas e, no final do ano, depois de se iniciar a época de chuva, o plantio da restante área. Além disso, continuará o trabalho de pesquisa e observação de fauna e flora, onde os acadêmicos irão fazer o seu trabalho de pesquisa, fazendo recolha de sementes, coleta de amostras de solo, montagem de câmeras e armadilhas para observação e catalogação de animais, mapeamento com sobrevoo de drone e aquisição de imagens de satélite.
O terceiro, e último, ano do Projeto Sendas será dedicado exclusivamente ao monitoramento do trabalho executado e realização de outras atividades que se detectem e se julguem necessárias.
Ainda em relação a este projeto, é interessante ressaltar que, devido à especificidade e exclusividade das espécies de árvores que povoam a área a recuperar, as mudas, cerca de 38 mil, tiveram que ser praticamente todas produzidas pelo projeto nas instalações do curso de agronomia da Unimontes, no Campus de Janaúba.